segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

In a heartbeat














Para acabar bem o ano…o último filme que vi (revi) em 2007 foi 28 Days Later.

Quem ainda não viu, está a perder o melhor filme sobre a natureza humana que foi feito nos últimos anos, deste lado da via láctea. Os zombies – pelos quais o filme é mais conhecido – estão lá para enganar (e nem sequer são realmente zombies).

Realizado por Danny Boyle – o mesmo de Trainspotting e The Beach –, o filme baseia-se em premissas simples. Em plena Grã-Bretanha, surge uma forma altamente contagiosa de raiva que, ao transmitir-se, tira qualquer réstia de raciocínio aos infectados, tornando-os predadores violentos, incontroláveis, e sedentos de sangue. A infecção espalha-se depressa e, em breve, já alastrou a toda a ilha.

28 dias depois do início da infecção, um desorientado Jim (Cillian Murphy) acorda de um coma prolongado e dá por si completamente sozinho, num mundo estranho. Percorre o hospital vazio e deambula por horas pelas ruas de Londres, igualmente desertas, e repletas de sinais de destruição.

Quando finalmente encontra outras pessoas, descobre, horrorizado, a dimensão do que aconteceu. Quando a epidemia surgiu, milhões foram infectados. E, dos que não o foram, uma larga parte morreu no caos resultante da epidemia. Toda a sociedade foi destruída, e a Grã-Bretanha tornou-se, literalmente, numa ilha fantasma. Quanto ao resto do mundo…bom, ninguém sabe.

É nesta realidade pós apocalíptica que Jim e os outros sobreviventes – Selena (Naomie Harris), Hannah (Megan Burns) e Frank (Brendan Gleeson) – resolvem abandonar Londres para encontrar alguma esperança noutras paragens. A viagem vai ser perigosa, mas tanto não devido a encontros indesejados com infectados; como devido ao encontro com outros sobreviventes. Acabada a ordem social, começou, entre homens, a luta primal pela sobrevivência; e pela dominância.

O belo de 28 Days Later é que, para além de estar muitíssimo bem feito em todos os sentidos, não pretende ser um filme moral, ou sequer pessimista. Retrata o melhor e o pior de que o ser humano é capaz. Mas não há nem bem nem mal. Há apenas pessoas, que tomam opções humanas em situações extremas. O sumo do filme está no jogo que se cria entre as opções tomadas, e nos desfechos dessas opções. E tudo com aquele delicioso toque posh-grunge-londrino que Danny Boyle imprime a tudo em que toca.

E, com tanta coisa boa, a banda sonora também não podia deixar de ser 5 estrelas. Aqui fica a música da sequência mais climática do filme:




John Murphy, Brian Eno & The Blue States - 'In the house, in a heartbeat'


PS: já há um 28 Weeks Later e diz que não é uma sequela mal amanhada. Está na minha lista para 2008...


domingo, 30 de dezembro de 2007

Diálogo

Alexandria, 28 aC. Marco António, o general, é interpelado pelo seu principal oficial, Lucius Vorenus:

Vor: Sir, your wife instructed me to tell you something.
Ant: Oh..?
Vor: She instructed me to tell you that you are cowardly scum.
Ant: Oh…she did, did she? And…and what’s your opinion on that?
Vor: It’s not my place to have an opinion, Sir.
Ant: Nah…tell me anyway.
Vor: Is that an order?
Ant: Yes. That’s an order.
Vor: You’re no coward. But you do have a strong disease in your soul. A disease that will eat away at you – until you die.
Ant: Really…? Hmm. And what is this disease?
Vor: I don’t know. I’m not a doctor.
Ant: No. No you’re not. So how can you be…so sure of your diagnosis, then?
Vor: I recognize your symptoms. I have the same sickness.









Da série Rome, ep. 21, "Deus impeditio esuritori nullus"

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A tendency to start fires

Tenho um grande problema com a generalidade das fontes de autoridade. Arrogam-se poderes que eu nunca lhes concedi.