quarta-feira, 29 de agosto de 2007

House of the Rising Sun

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There is a house in New Orleans

They call it the Rising Sun
It’s been the ruin of many a poor girl
And me, oh God, I’m one

A melhor definição que conheço de blues… é esta música.
A história é simples, como em qualquer boa canção de blues, apesar de poder ser vista de duas perspectivas…a masculina e a feminina.
A feminina conta-nos a história da rapariga que abandona a pobreza do lar para se aventurar na grande cidade, acompanhada por um namorado que se revela um apostador alcoólico. A vida dá as suas voltas…e quando dá por si, a rapariga – entretanto tornada mulher… – resigna-se a uma vida de ruína num presumível bordel… o Rising Sun. Esse é o seu destino, inevitável e inultrapassável. Para lá foi, de lá nunca sairá. Resta-lhe a coragem resignada de quem já não espera nada de novo da vida. E canta os blues… para evitar que mais raparigas novas venham a seguir as trágicas pisadas que ela seguiu.
A perspectiva masculina fala-nos do rapaz que vem de um meio familiar pobre, onde a mãe trabalha arduamente, mas o pai bebe e joga. Ruma a New Orleans, onde encontra a desgraça e a ruína no Rising Sun… bar, bordel, salão de jogos, prisão? Talvez todos ao mesmo tempo…o seu destino está traçado, e é um de pecado e decadência; a redenção já não é possível. Existe, no entanto, algum conforto final em alertar o mundo da perdição que se esconde nas tentações do Rising Sun…
Para além da inevitável versão dos Animals, aconselho as versões de Tracy Chapman, Frijid Pink (em pleno nascimento do hard rock, oh yeah) e a incontornável delícia que Nina Simone fez a partir do tema.
E claro, este docinho, by Jimi Hendrix:


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